Conversando com meu irmão outro dia, lembramos de uma frase que nosso avô de tempos em tempos nos dizia: sabedoria tem limite, ignorância não! Instigado com esta afirmação, dediquei algum tempo a refletir sobre os múltiplos significados que esta mensagem carrega, mas sobretudo para entender o valor do conhecimento em um mundo onde o acesso está a um clique.
Não é surpresa para ninguém que vivemos a chamada era do “life long learning” onde aprender se tornou uma jornada contínua e presente em todas as fases de nossa vida. Cada vez mais se valoriza a capacidade de aprender a aprender, de desapegar de “verdades” antigas e se abrir para o novo, de estimular a experimentação e a rápida correção de rota, de reconhecer o erro (e porque não um eventual fracasso) como parte importante de nosso aprendizado, de ver na diversidade de pessoas, com suas distintas experiências e repertórios, uma rica fonte de conhecimento e, por fim, de reconhecer que isto tudo está ao alcance de todos. Tudo muito mágico e envolvente, mas que minha experiência de anos como head de RH em grandes organizações e mentor / coach de executivos e empreendedores não me deixa negar que provoca grande apreensão, stress e ansiedade em muitos profissionais. Como priorizar o que aprender? Como filtrar tantas fontes de informação? Como absorver tamanho volume de conhecimento e que muda tão rapidamente? Como lidar com filhos, equipes, alunos e clientes que hoje trazem mais respostas do que perguntas? Enfim, como aceitar que muitas vezes não serei eu – o chefe, o pai, o professor, o dono da empresa, o especialista – quem saberá mais sobre algum tema no grupo?
Aqui abro divergência com a afirmação do título de meu post: a sabedoria individual pode ser limitada, mas nossa capacidade de agregar e acessar múltiplos conteúdos através de redes colaborativas, onde o conhecimento de um é compartilhado com os demais, torna a sabedoria coletiva ilimitada!!! E é por este caminho que vejo executivos e profissionais navegarem nas águas do conhecimento, procurando fortalecer seus times e seu network, cercando-se de parceiros, fornecedores e clientes abertos ao aprendizado conjunto. Neste mesmo espírito é que observamos processos de inovação empresarial organizando-se em ecossistemas abertos, onde grandes empresas, startups e academia se aproximam em comunidades de troca de conhecimento. Até entre concorrentes se identifica movimentos de cooperação em temas setoriais sensíveis e em agendas voltadas às causas sociais e ambientais. Pequenas empresas e empreendedores começam a se cercar de mentores ou mesmo formar seus Conselhos Consultivos. Startups nunca foram tão ávidas pelo chamado smart money, onde sim o dinheiro é importante, mas o grande ativo está no aconselhamento e acesso ao círculo de relacionamento de seus investidores.
Tudo isso tem uma mesma espinha dorsal: o fortalecimento das relações produtivas e o poder multiplicador do efeito de rede (o chamado “network effect”). Em minha experiência profissional atual, empreendendo e liderando a operação brasileira de LEAG GROUP, tenho visto de perto este movimento que é potencializado pela digitalização das Redes Corporativas através de nossa plataforma. Empresas e empreendedores, mesmo de cidades fora dos principais eixos econômicos, organizadas em Redes aportando seu conhecimento e experiência local para o mundo, mostrando que todos, absolutamente todos têm capacidades, talentos e experiências de valor para serem compartilhadas e ofertadas ao mercado.
Ignorância é acreditar que sozinho você terá a verdadeira sabedoria!
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