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Liderar “é afinar o instrumento | De dentro prá fora | De fora prá dentro | A toda hora, todo momento”*.

 

O que você, meu leitor, entende por ser um líder? 

Como definiria essa atuação? 

Quais os principais atributos que um líder precisa ter?

Nossa, Luiz, começou mal este texto, né? Só não vai agora dizer que ser líder é uma coisa e ser chefe é outra!

 Calma, pessoal, com certeza não. Entretanto, costumo observar pessoas que adorariam entrar num app e ver em quantas vezes no cartão estão vendendo um metro ou um quilo de liderança. 

Até agora não consegui saber com qual unidade se mede liderança.

Seria ótimo se, ao final de uma avaliação de competências, o profissional encarregado de dar o feedback dissesse para o avaliado: “Meu prezado, para que você possa se desenvolver no seu trabalho, preciso que entre neste site aqui e adquira 10 litros de liderança, em solução aquosa. A receita de utilização é: misture 50 gotas num copo de água filtrada e beba todos os dias antes de vir para a empresa.”

Mas não é assim que as coisas ocorrem, e por um motivo simples por um lado e complexo por outro: a maioria das pessoas conjuga o verbo errado quando diz “eu quero ser um líder!” O verbo deveria ser o verbo estar, no lugar do ser. Complexo, pois o verbo ser indica algo que é e não muda. Já o verbo estar indica transição, movimento, no sentido de que numa hora estamos e na outra não estamos mais.

Quando penso em liderança, imagino um monte de atitudes, que muitos vão afirmar que parecem mais conceitos para quem é liderado, do que para quem lidera. Senão vejamos. 

O conceito a que me refiro é expresso pela palavra servir. Estar pronto para servir. Pode parecer estranho, mas quem exerce a liderança precisa, sempre, estar pronto para servir. 

E isso, na minha visão, é tão importante que resolvi frisar duas vezes. Quando atuamos em equipe, num time que integra uma área de trabalho, por exemplo, o líder é aquele que precisa estar sempre disponível para sua equipe, seja para resolver uma dúvida, um problema, ou dar um direcionamento.

Mas, atenção, não se trata de uma questão hierárquica somente. Existem situações – e elas são inúmeras – em que a solução de um problema está nas mãos ou nas ideias de qualquer um dos profissionais que compõem aquela equipe. Nesse momento a liderança troca de mãos, algumas vezes por uma questão de conhecimento, outras por habilidades diversas, técnicas de trabalho, networking, enfim, são inúmeros os fatores que fazem com que esse papel vá navegando, de forma que a equipe possa encontrar o azimute e atingir suas metas.

Não há nada de errado nisso. Ao contrário, ter a consciência e a humildade de reconhecer que não sabemos tudo, sem que isso traga qualquer incômodo, talvez seja o primeiro grande aspecto do meu conceito de liderança. Por isto a palavra servir: quem serve, ouve atentamente; quem ouve, sabe avaliar e identificar onde estão as fortalezas e as fraquezas de um grupo; quem sabe avaliar, consegue delegar liderança genuinamente e o resultado vem mais rápido. O reconhecimento também.

Luiz, outra pergunta: se der errado, de quem é a culpa?

O primeiro ponto é: será que sempre temos que achar culpados? 

Será que sempre é preciso torturar um ser humano em praça pública? 

Se der errado, a responsabilidade sempre será do líder hierárquico daquele time, sejam quais forem as consequências, independentemente de qualquer coisa. 

Simples assim. 

Para estar líder é necessário conhecer seus liderados e saber exercer corretamente o que eu chamo de liderança circular, que nada mais é do que a liderança passar de um para o outro, dependendo exclusivamente das habilidades dos integrantes do grupo. Percebam que claramente estamos falando de como as coisas acontecem no dia a dia. Existe a hierarquia, mas devemos considerá-la como uma das partes do processo, em especial no que diz respeito às questões mais processuais ou em casos extremos, em que as condições de ética, educação e boa convivência foram totalmente esquecidas.

Gosto muito do conceito de liderança circular. Pode parecer uma forma de ninguém assumir suas responsabilidades de verdade. Devo dizer que, para se conseguir desenvolver essa maneira de administrar, é preciso atender a alguns requisitos muito importantes. 

O primeiro deles é a tal da confiança. E assim, de cara, aqueles que espalham aos quatro ventos “eu não ponho minha mão no fogo por ninguém” já estão de fora.

Quando administrei projetos, de todos os tamanhos e formatos, na maioria das vezes o fiz aplicando liderança circular. Não foi fácil, mas eu confiava naquela turma, apesar de ser muitas vezes xingado pelas reuniões intermináveis, porque exigia que, mesmo não sendo seu assunto, todos estivessem presentes nas reuniões gerais e escutassem com atenção o que o profissional de outra área estava encontrando de facilidades ou problemas na sua rotina. 

Aquilo poderia servir, como serviu, para que aqueles que aparentemente nada tinham a ver com aquele assunto pudessem antever uma situação de risco. Além disso, havia as reuniões de avaliação do dia, por exemplo, quando se tratava de um evento, e a discussão do que aconteceu para que aquele fato ocorresse e qual a providência que deveríamos tomar.

Nas minhas reuniões, sempre usei o jargão: “Não cometam os mesmos erros; só valem erros novos. Se vamos errar, vamos fazer erros novos!”

Outro aspecto muito importante de liderança é saber e deixar claro quem te substitui. Aliás, mais do que isso. Ter consciência de que você não é insubstituível e nunca será. Alguns podem achar que não é assim. Eu posso afirmar que é. Saber seu limite, o que está ao seu alcance, o que consegue resolver, quais responsabilidades pode assumir, ter a consciência de que não pode tudo. Isso é uma característica muito importante para aqueles que lideram.

Teria uma série de outros aspectos para tratar, mas vou abordar somente mais um, para completar os que considero mais importantes. Não se esconda, não se finja de morto. 

E se você tiver alguém com essa postura, faça o cara se esconder em casa. 

Participar, interagir, mostrar-se integrado ao trabalho e aos desafios é fundamental. 

Mesmo que erre. Não tenha medo.

Para encerrar esta com versa, quero resumir os cinco pontos que abordamos.

  1. Não ser, mas estar líder.
  2. Estar pronto para servir.
  3. Conhecer os liderados.
  4. Aplicar a liderança circular.
  5. Conhecer seu limite.

 

Esses são os fatores que considero mais importantes. 

Pense, reflita. 

Veja se você concorda ou discorda. Interaja comigo se desejar, ficarei feliz em manter contato. 

E bom trabalho!

*Obrigado a Walter Franco pelo verso que usei.

 

 

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