O desejo é a força motriz do universo interestelar, é o passo anterior ao “Haja”, é a vontade absoluta para que algo se manifeste e venha à existência. Sem o desejo, nada há. E ainda que venha a existir, não terá propósito. Portanto será inútil, descartável e passível de “delete”. Ele vem antes mesmo da palavra. Ainda que tudo esteja ao seu dispor, nada existirá sem uma intenção e sem um propósito. 

Da mesma forma, só existe desejo se houver quem deseje algo. A IA nos mostra isso diariamente. O que eu desejo criar? O que eu quero transmitir? Se um mundo de possibilidades me é apresentado, qual delas devo escolher? É justamente aqui que o prompt pode se tornar o seu maior aliado, ou o seu grande obstáculo na hora de conceber uma imagem.

Gosto muito da frase do Goethe que diz: “Eu amo aquele que deseja o impossível.”  Na prática, sabemos que nem tudo é possível. No entanto, uma coisa é certa: para a realização humana, algo só será possível se antes houver o desejo manifesto. É ele que nos impulsiona a experimentar, a arriscar e a explorar novos territórios. 

Muitos filósofos e pensadores já discorreram sobre o tema ao longo da história. Para Platão, por exemplo, o desejo era uma força que impulsionava o ser humano em direção à beleza e à perfeição. Em sua teoria do amor, Platão argumenta que o desejo é um impulso que nos leva a buscar a beleza em todas as suas formas, e que esse desejo pode nos levar em direção à sabedoria e à virtude.

A história a seguir todos conhecem. Não basta um gênio ou uma lâmpada, se do outro lado não houver um Aladdin. Também será de pouca valia se, aquele que desejar, desejar mal.

Bem, mas talvez você considere o gênio um grande enganador, e dessa forma, você não lhe dará ouvidos.
Ou quem sabe, você seja uma daquelas pessoas que só consideram justo receber algo se for com muita dor e sacrifício?

Ou ainda, você pode até achar a ideia do gênio bacana, mas não se sente merecedor. Você pode pensar: “Eu acho até que merecia um pedido, mas tantos pedidos atendidos assim? Como pode isso? Isso não está certo!" Afinal, a sua mãe lhe ensinou: “Nunca aceite nada de estranhos!” O seu pai já dizia: “Meu filho, nada cai do céu!".

Bem, se essas são premissas inabaláveis para você, lamento informar, mas você não está apto para começar a sua jornada na IA. Você obrigatoriamente terá que refazer a sua programação mental. É claro que tudo dá muito trabalho. Não há almoço grátis nem na terra dos gênios. Pelo contrário. Não é fácil inserir os diversos pedidos realizados (prompts) na vida real. Talvez esse seja o maior desafio.

Agora, se você tiver a mente de uma criança, assim como eu, que acredita em lâmpadas mágicas, e que delas podem sair soluções absurdamente incríveis e que nunca tinham passado pela sua mente, então você está apto a entrar no reino da IA.

E você, o que deseja hoje? /imagine prompt… 

*A imagem que ilustra o artigo foi co-criada por mim e pelo Midjourney.
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