Ainda que só recentemente o tema Inteligência Artificial ganhou os holofotes com o lançamento do ChatGPT, a verdade é que há anos essa tecnologia vem sendo trabalhada, desenvolvida e aplicada por organizações. Muitos dizem que seu potencial de transformação do mercado de trabalho e dos negócios é brutal, colocando-a como uma nova onda de disrupção no mesmo patamar (ou até maior) que o advento da internet. Mas afinal, o que podemos esperar da ampla adoção desta tecnologia e seus efeitos em nossas carreiras?
Um estudo recém feito pela Microsoft denominado “Work Trend Index Annual Report - Will AI Fix Work?”, que pesquisou 31 mil pessoas em 31 países pode nos dar algumas pistas! O levantamento mostrou que 64% das pessoas afirmam ter dificuldades para encontrar tempo e energia para realizar seu trabalho diante do imenso fluxo de informações, e-mails, notificações, reuniões e demandas urgentes que se intensifica a cada dia. Chamada de “Dívida Digital”, este comportamento nos leva a gastar parte importante de nosso escasso tempo com atividades operacionais, rotineiras e garimpando informações relevantes no emaranhado de comunicações que recebemos continuamente. E cada minuto que gastamos gerenciando essa dívida digital é um minuto não gasto no trabalho criativo que leva à inovação, com forte impacto nos negócios.
Um achado inesperado da pesquisa aponta que, se por um lado 49% das pessoas dizem que estão preocupadas que a IA substitua seus empregos, por outro 70% delegariam o máximo de trabalho possível para que a IA diminua suas cargas de trabalho. Três em cada quatro pessoas afirmam que se sentiriam confortáveis usando a IA para tarefas administrativas (76%), e a maioria usando-a para trabalho analítico (79%) e até mesmo trabalho criativo (73%). As pessoas também afirmam usar a IA para auxiliar na busca das informações e respostas corretas de que precisam (86%), resumir suas reuniões (80%) e planejar o seu dia (77%). Nas palavras do autor da pesquisa, Adam Grant, "é fascinante que as pessoas estejam mais empolgadas com a IA salvando-as do esgotamento profissional do que preocupadas com a possibilidade de ela eliminar seus empregos."
Da mesma forma, o estudo aponta na imagem acima que líderes empresariais tem duas vezes mais chances de escolher "aumentar a produtividade dos funcionários" do que "reduzir o quadro de funcionários" quando questionados sobre o que mais valorizariam sobre a IA no local de trabalho.
Estes importantes insights nos levam à reflexão de que à medida que a IA redefina a forma como trabalhamos, mais relevante serão as chamadas soft skills como a flexibilidade, inteligência emocional, adaptabilidade, pensamento crítico, liderança e relacionamento interpessoal, bem como a habilidade de fazer boas perguntas à IA (prompt) e avaliar suas respostas e conteúdos (produzidos por IA).
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