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Em 2012 realizei na APPM uma pesquisa com os paulistanos sobre a possibilidade de aceitarem um emprego em outra cidade. O resultado foi bastante interessante. Reproduzo aqui uma matéria do Valor Econômico(https://valor.globo.com/carreira/mercado-executivo/noticia/2012/09/17/trabalhar-fora-de-sp-so-levando-a-familia.ghtml?utm_source=chatgpt.com) que publicou um resumo do estudo.
A matéria, assinada pela jornalista Letícia Arcoverde, segue assim:
• Quase metade dos paulistanos trocaria a cidade por uma oferta de trabalho em outro lugar. Os principais motivos para a decisão de sair envolvem a busca por mais qualidade de vida e a oferta de um salário melhor. Para a grande maioria, no entanto, o planos só são uma possibilidade real se incluírem o resto da família. Os dados são de uma pesquisa realizada pela APPM (Análise, Pesquisa e Planejamento de Mercado) na capital paulista com mil pessoas.
Segundo o levantamento, 45% trocariam São Paulo caso recebessem uma oferta de emprego atrativa. Já 39% não considerariam a mudança em nenhuma hipótese, e o restante afirma que a decisão dependeria tanto da cidade quanto da nova posição profissional oferecida.
A maior porcentagem de pessoas dispostas a deixar a capital paulista está entre os jovens de 25 a 34 anos: 52% - entre os entrevistados com mais de 60 anos, o número cai para 34%. "Percebemos que, atualmente, os profissionais estão mais dispostos a se mudar para cidades menores. No entanto, elas precisam ter infraestrutura para atender à demanda da família", explica Rodrigo de Souza Queiroz, diretor de marketing da APPM.
Apesar de um emprego novo ser um grande motivador, a qualidade de vida lidera entre as principais razões escolhidas para 34% dos participantes para trocar de cidade - entre pessoas de 35 a 44 anos, o número sobe para 44%. A possibilidade de crescer profissionalmente, por sua vez, foi escolhida por 18%.
Já o segundo motivo que fala mais forte, de acordo com o levantamento, é o dinheiro. A maior parte, 17%, levaria em conta um aumento significativo de salário na hora de tomar a decisão. Entre os jovens de 25 a 34 anos, essa foi a escolha de 22%. A qualidade de vida e o crescimento profissional também ficam entre os mais citados.
Mas a possibilidade de mudança só é considerada se incluir a família. "O dinheiro é importante, mas só até certo ponto", diz Queiroz. Quando questionados se mudariam de cidade sem os familiares, apenas 23% responderam afirmativamente. O número diminui conforme os entrevistados ficam mais velhos. Entre pessoas com mais de 45 anos, por exemplo, esse índice não chega a 15%, e é maior entre homens do que entre mulheres.
Segundo Queiroz, a decisão de aceitar uma oferta em outra cidade esbarra na "qualidade de vida compartilhada", que envolve a relação familiar, e o conservadorismo do paulistano. "Desfazer o núcleo familiar ainda não é uma opção", diz.•
Estamos a 13 anos da realização desse estudo. E com uma pandemia no meio. Como será hoje a opinião dos paulistanos em relação a esse assunto? Acho uma oportunidade interessante para as empresas sediadas fora da Capital paulista repetir esse estudo e ver se a disposição de talentos paulistanos migrarem para novos ares se modificou, aumentou, diminuiu. A era do Home Office provocou uma grande alteração? A possibilidade de trabalhar numa cidade mais amigável com a eficiência da tecnologia hoje é um fator que mudou o jogo?
Estou a disposição de empresas, recrutadores e profissionais de RH que gostariam de obter essas respostas. Vamos repetir esse estudo?
Abraço,
Rodrigo de Souza Queiroz
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